terça-feira, 1 de dezembro de 2015

VIH / SIDA


O que é a SIDA
A SIDA (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) é uma doença não hereditária causada pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH), que enfraquece o sistema imunitário do nosso organismo, destruindo a sua capacidade de defesa. (1)  
  • Síndrome: conjunto de sintomas e sinais que não dizem respeito apenas a uma doença;
  • Imunodeficiência: porque o vírus deixa o sistema imunológico deficiente;
  • Adquirida: por resultar da ação de um agente externo ao organismo humano. (2)


O que é o VIH
A SIDA é precedida por uma infeção por VIH, que pode não produzir nenhum sintoma por um longo período de tempo. O VIH é um vírus que ao entrar no organismo se dirige para o sistema sanguíneo, onde se começa a replicar de imediato, atacando o sistema imunológico. A infeção com o VIH caracteriza-se por quatro fases diferentes. (2)

  • Primeira fase: período de infeção aguda, que ocorre até quatro semanas após o contágio e no qual o seropositivo (doente infetado com o vírus VIH) é afetado por diversos sintomas semelhantes aos de uma gripe e, cuja causa, normalmente, passa despercebida aos doentes e médicos;
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  • Segunda fase: segue-se um período que pode durar 10 a 15 anos (varia de pessoa para pessoa), no qual, embora o vírus se continue a multiplicar não apresenta quaisquer sintomas. Nesta fase, apesar de o vírus continuar a matar as células do sistema imunológico, o organismo consegue repor quase a mesma quantidade de células que são destruídas diariamente;
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  • Terceira fase: nesta fase o organismo já não consegue repor completamente a quantidade de células do sistema imunológico destruídas pelo vírus, caracterizando-se por uma imunodepressão moderada, com sintomas e sinais associados;
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  • Quarta fase: o seropositivo passa a ter SIDA. Ocorre quando a contagem de células do sistema imunológico se torna muito baixa ou quando a pessoa é afetada por outra doença indicadora de um estado de imunodeficiência grave.
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Sistema imunitário
O sistema imunológico tem como função reconhecer agentes agressores e defender o organismo da sua ação. Este sistema é uma rede complexa de várias células e moléculas. Um dos grupos de células do sistema imunitário é constituído por glóbulos brancos e, dentro desta classe, há um tipo de células designadas linfócitos. (1)
Dos vários tipos existentes de linfócitos, podemos encontrar os linfócitos T, responsáveis pela resposta imunológica designada como Imunidade Celular. Dentro destes, distinguem-se 2 grupos (1 e 2):
  • Linfócitos T8 (CD8 ou citotóxicos): destroem as células que estiverem infetadas;
  • Linfócitos T4 (CD4 ou auxiliadoras): coordena o sistema imunológico para que este atue sobre agentes estranhos.
O VIH ao entrar no organismo penetra na corrente sanguínea e começa a reproduzir-se no interior dos linfócitos T4, destruindo-os, o que significa que a pessoa vai perdendo progressivamente as células coordenadoras do sistema imunitário, até que este deixa de funcionar, permitindo o desenvolvimento de doenças oportunistas (doenças que normalmente não afetam pessoas que não sofrem de imunodeficiência), como formas raras de pneumonia, toxoplasmoses e certos tipos de cancros (1 e 2).  



Como se transmite o VIH 
Os doentes seropositivos, mesmo sem apresentarem sintomas, podem transmitir o vírus! É durante a fase aguda da infeção (primeira fase), que existe um maior perigo de contágio, devido à quantidade elevada de vírus no sangue. 

  • Relações sexuais: contacto sexual desprotegido (não utilização do preservativo) com pessoas infetadas por VIH; o contágio pode ocorrer em todos os tipos de relação, seja vaginal, anal ou oral, uma vez que mesmo que as secreções não entrem no organismo, podem facilmente contactar com pequenas feridas e cortes existentes na vagina, ânus, pénis e boca. (2 e 3)
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  • Sangue: contato com sangue infetado, pelo que a partilha de seringas, agulhas, escova de dentes, lâminas de barbear e/ou material cortante com a pessoa infetada pelo VIH constitui risco de transmissão; (1)
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  • Mãe para filho: o vírus pode ser transmitido durante a gravidez, parto e/ou através da amamentação; esta transmissão pode ocorrer através do sangue da mãe ou secreções vaginais; quando a mãe é seropositiva, as terapêuticas anti retrovíricas ministradas durante a gravidez permitem a redução do risco do bebé nascer infetado. (1 e 2)
  


Como não se transmite o VIH 
  •  Através do ar, alimentos, água, picadas de insetos e outros animais, louça, talheres, sanitas ou qualquer outro meio que não envolva sangue, esperma, fluidos vaginais ou leite materno;
  • Através da urina, suor, lágrimas, fezes, saliva, secreções nasais ou vómitos, desde que estes não tenham sangue misturado;
  • Através de contatos sociais, como o beijo na face, um abraço ou um aperto de mão.


Diagnóstico 
É essencial realizar-se o teste!
Se o resultado for positivo, pode ter acesso aos cuidados de saúde apropriados e iniciar o tratamento o mais cedo possível, retardando a evolução da doença. Por outro lado, permite a prevenção da transmissão a outras pessoas e no caso de gravidez, previne a transmissão do vírus ao bebé. (1)

Para saber os locais onde pode realizar o teste consulte:
http://pnvihsida.dgs.pt/destaques/semanaeuropeiadotestevih.aspx


O teste ao VIH mais comum é o teste aos anticorpos do VIH. Os anticorpos do VIH são uma espécie de proteína que o organismo produz em resposta à infeção. Este teste verifica os anticorpos do VIH no sangue, urina ou saliva do indivíduo. Normalmente, o organismo demora cerca de 3 meses a produzir anticorpos suficientes para serem detetados no teste aos anticorpos, podendo originar resultados falsos-negativos – «período de janela». Devido a este facto, os testes devem ser repetidos após a primeira análise. (1 e 2)

  • Resultados negativos: o sangue não apresenta anticorpos, não havendo, provavelmente, uma infeção – seronegativos.
  • Resultados positivos: detetou-se a presença dos anticorpos no sangue, concluindo-se que a pessoa está contaminada – seropositiva.


Prevenção
  • Recomenda-se uso de preservativo durante a relação sexual (não havendo, contudo, garantia de total proteção contra a transmissão do vírus); 
  • Uso de seringas e agulhas descartáveis;
  • Uso de luvas quando se manipular feridas ou líquidos potencialmente contaminados; 
  • No caso das grávidas, realização do tratamento farmacológico para prevenir a infeção do bebé;
  • No caso de mães seropositivas, não amamentar o bebé;
  • Não partilhar objetos cortantes (gilete, corta-unhas, …). (2)


Sintomas
Na primeira fase da doença podem apresentar sintomas semelhantes a uma gripe, como febre, suores, dor de cabeça, dor de estômago, dor nos músculos e articulações, cansaço, gânglios linfáticos inchados, perda de peso, …

Na terceira fase da doença, o doente começa a ter sintomas e sinais de imunodepressão, apresentando cansaço não habitual, perda de peso, suores noturnos, falta de apetite, diarreia, queda de cabelo, pele seca e descamativa, …

Na fase quatro evolui-se para uma imunodepressão grave que promove o aparecimento de doenças oportunistas. 


Tratamento
Apesar de não existirem fármacos capazes de eliminar por completo o vírus do organismo, os medicamentos anti retrovíricos existentes conseguem baixar a quantidade do vírus para valores mínimos e preservar a função imunológica do organismo, retardando a evolução da doença e proporcionando aos seropositivos uma maior esperança e melhor qualidade de vida. (1)

É importante referir que a eficácia do tratamento depende de si, sendo essencial tomar corretamente e continuamente os anti retrovíricos para que estes atuem corretamente! (1)


Fontes de Referência:
(1) Portal da Saúde: http://www.portaldasaude.pt/portal/conteudos/enciclopedia+da+saude/ministeriosaude/doencas/doencas+infecciosas/sida.htm
(2) ROCHE:http://www.roche.pt/sida/
(3) Direção-Geral da Saúde: http://pnvihsida.dgs.pt/

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