Neste método estão incluídos: a Contraceção Oral e Contraceção Oral de Emergência, o Implante Progestativo, o Anel Vaginal, o Sistema Transdérmico e a Contraceção Injetável.
Contraceção Oral (Pílula)
O contracetivo hormonal oral contém diferentes dosagens de hormonas sintéticas (estrogénio e progesterona), que impede a chegada dos espermatozóides à trompa, modifica o muco cervical, tornando-o hostil ao espermatozóide, e impede a proliferação na parede interna do útero (endométrio), impedindo assim a fecundação do óvulo e a implantação de um possível óvulo fecundado.
Por ser um método que manipula o ciclo ovulatório feminino, a pílula só deve ser utilizada sob orientação médica.
Entre os diversos tipos de pílulas existentes, as mais receitadas são:
- Pílula Monofásica: possui uma combinação de estrogénio e progesterona com a mesma dosagem. A utilização deve ter início entre o primeiro e o quinto dia da menstruação e termina quando o blister acabar (normalmente 21 comprimidos), realizando-se uma paragem de 7 dias. Em alguns casos, o blister possui esses 21 comprimidos ativos e os 7 placebos (não produzem qualquer efeito), para evitar a paragem e a quebra da rotina.
- Pílula Multifásica: tem uma combinação de estrogénio e progesterona com diferentes dosagens, podendo ser bifásicas (duas dosagens) ou trifásicas (três dosagens). Para se conseguirem diferenciar os comprimidos com as diferentes dosagens e o ciclo, estes apresentam cores diferentes. A ordem do blister deve ser respeitada.
- Pílula Progestativa ou Minipílula: é uma pílula com apenas progesterona, possuindo menos efeitos adversos. Contudo, por não possuir a hormona estrogénio, tem que ser tomada todos os dias à mesma hora, sendo necessário uma grande disciplina e, como tal, é mais propícia a falhas. É a pílula indicada para mulheres que estão amamentar.
Os contracetivos orais atualmente comercializados (2º e 3º geração) contêm doses mais reduzidas de hormonas, pelo que podem ser utilizados pela generalidade das mulheres, desde a adolescência até à menopausa.
Contudo, apesar de este método ser bastante seguro e apresentar grandes vantagens, como diminuir o risco de cancro do ovário e do endométrio, também possui alguns riscos, uma vez que este aumenta o risco de doenças cardiovasculares ou de tromboembolismos venosos. Mesmo sendo casos raros, é aconselhado um controlo periódico cuidadoso de um médico.
Taxa de eficácia das Pílulas Combinadas (Monofásica e Multifásica): ≈ 99 a 99,9% de eficácia na prevenção da gravidez
Taxa de eficácia das Pílulas Progestativa: ≈ 98,5 a 99,5% de eficácia na prevenção da gravidez
Contraceção Oral de Emergência
A pílula do dia seguinte é uma pílula com doses muito elevadas de hormonas, que só deve ser usada de forma pontual e em casos de emergência.
Este não pode ser visto como um método anticoncecional habitual, mas como uma medida de emergência usada em casos de falha do método anticoncecional habitual ou de relação sexual não protegida, particularmente importante em situações de violação. Contudo, deve-se ter em atenção que a sua função não é provocar um aborto e, por isso, não pode ser tomada se já houver uma gravidez.
Para ser eficaz, a pílula do dia seguinte deve ser tomada o mais rápido possível, havendo um limite de 72 horas para a sua utilização.
- Etinilestradiol + Levonorgestrel (30 + 150 µg) – 8 comprimidos em duas tomas com intervalo de 12h (4+4)
- Etinilestradiol + Levonorgestrel (50 + 250 µg) – 4 comprimidos em duas tomas com intervalo de 12h (2+2)
- Levonorgestrel (750 µg) – 2 comprimidos em duas tomas com intervalo de 12h (1+1)
Taxa de eficácia: ≈ 98% de eficácia na prevenção da gravidez
A eficácia é tanto maior quanto mais precocemente for iniciado o tratamento.
Implante Progestativo
O implante anticoncecional é uma pequena cápsula de aproximadamente 4cm de comprimento e 2mm de diâmetro, que contém uma hormona de progesterona. Esta hormona liberta-se lentamente para o organismo, produzindo o efeito anticoncecional durante 3 anos.
A inserção e a remoção do implante são procedimentos simples, mas que devem ser executados por profissional treinado para o efeito. O implante é inserido por via subcutânea, no antebraço, entre os primeiros cinco dias do clico menstrual sem contraceção suplementar ou em qualquer altura do ciclo, em simultâneo com um método barreira, durante 7 dias. Relativamente à remoção, esta pode ser realizada em qualquer momento.
O mecanismo de ação deste método baseia-se no impedimento da libertação do óvulo e da alteração da secreção do colo do útero, dificultando a entrada de espermatozóides.
Taxa de eficácia: ≈ 99,9% de eficácia na prevenção da gravidez
Anel vaginal
O anel vaginal é um pequeno anel flexível que liberta lentamente as hormonas estrogénio e progesterona. O anel deve ser colocado na parte superior da vagina em formato de um 8, entre os primeiros cinco dias do clico menstrual, permanecendo nessa posição durante três semanas (21 dias). Após a retirada do anel, deve-se fazer uma pausa de 7 dias, ao fim dos quais deve ser colocado um novo anel.
O anel pode ser inserido pela própria mulher e não causa nenhum incómodo, mesmo durante a atividade sexual. Nos primeiros sete dias de uso deve utilizar em simultâneo um método barreira.
Taxa de eficácia: ≈ 98,8 a 99,6% de eficácia na prevenção da gravidez
Sistema Transdérmico
É um adesivo anticoncecional de formato quadrado, com cerca de 4,5 cm x 4,5 cm, que contém uma combinação de hormonas de estrogénio e progesterona libertada continuamente durante 7 dias.
Os adesivos vêm em três unidades para serem usados de forma consecutiva. O primeiro adesivo deve ser colocado no primeiro dia da menstruação e deve permanecer na mesma posição durante uma semana, sendo substituído a cada 7 dias durante 3 semanas. No fim das 3 semanas, deve realizar uma pausa de 1 semana para menstruar.
O adesivo pode ser aplicado em diversos locais do corpo, como no braço, costas, nádegas ou na barriga. Ele não sai com facilidade, pode ser molhado e deve ser aplicado num local diferente a cada nova aplicação.
Caso haja o deslocamento total ou parcial do adesivo durante menos de 24 horas, pode recolocar o mesmo adesivo (se permanecer aderido) ou colar um novo adesivo, para evitar a perda da eficácia. Se o anticoncecional estiver descolado durante mais de 24 horas, será necessário colar um novo adesivo e reiniciar um novo ciclo, usando em simultâneo um método barreira durante sete dias.
Taxa de eficácia: ≈ 99,7% de eficácia na prevenção da gravidez
Contraceção injetável
No anticoncecional injetável realiza-se a administração intramuscular da hormona progesterona em intervalos de 90 dias, ou seja, em administrações trimestrais. Em geral, a aplicação é feita, pelo médico ginecologista ou num posto de saúde, na região glútea.
No anticoncecional injetável realiza-se a administração intramuscular da hormona progesterona em intervalos de 90 dias, ou seja, em administrações trimestrais. Em geral, a aplicação é feita, pelo médico ginecologista ou num posto de saúde, na região glútea.
Este anticoncecional possui o mesmo mecanismo de ação dos anticoncecionais hormonais orais e, como tal, suspende a ovulação, reduz a espessura do endométrio e espessa o muco cervical. O fluxo menstrual pode diminuir devido à administração de dosagens superiores da hormona.
A primeira aplicação do anticoncecional deve ser realizada até ao 7º dia do ciclo menstrual e repetida de 90 em 90 dias. Se houver razão que o justifique, a injeção pode ser repetida 2 a 4 semanas mais cedo ou 2 semanas mais tarde do que a data prevista, sem compromisso da eficácia. Neste método o retorno da fertilidade ocorre lentamente, demorando cerca de 9 meses após a última injeção.
Taxa de eficácia: ≈ 98,7 a 100% de eficácia na prevenção da gravidez
Fontes de referência
Livro:
Rotinas em ginecologia 6ª edição de Fernando Freitas et al., Porto Alegre: Artmed, 2011.
Websites:
http://www.dgs.pt/upload/membro.id/ficheiros/i005991.pdf
http://www.mdsaude.com/2014/12/metodos-anticoncepcionais-2.html
http://www.mdsaude.com/2014/06/diu-mirena.html
http://www.gineco.com.br/saude-feminina/metodos-contraceptivos/http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2011/10/laqueadura-e-vasectomia-so-sao-feitas-no-sus-apos-25-anos-ou-2-filhos.html
Imagem:
http://cdn.doutissima.com.br/wp-content/uploads/2015/07/adesivo-anticoncepcional-foto-do-shutterstock3.jpg
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