O tratamento do cancro depende do tipo de cancro, do estádio em que este se encontra e da condição geral do doente.
O tratamento começa, geralmente, poucas semanas após o diagnóstico de cancro. Regra geral, tem tempo para falar com o médico sobre as opções de tratamento e, se considerar necessário, ouvir uma segunda opinião, antes de tomar qualquer decisão sobre o tratamento.
O tratamento pode ter como objetivos:
- Erradicar o cancro;
- Evitar o crescimento do tumor e a sua expansão a outras zonas do corpo;
- Diminuir os sintomas, melhorando a qualidade de vida do doente.
Cirurgia
A remoção cirúrgica consiste na remoção do tumor. Esta remoção pode ser apenas do tumor, do tumor e do órgão no qual se desenvolveu ou pode ser ainda do tumor, do órgão e das estruturas envolventes, como gânglios linfáticos próximos, que tenham sido afetados ou que apresentem perigo de vir a ser.
Os efeitos secundários da cirurgia dependem, essencialmente, do tamanho e localização do tumor, bem como do tipo de operação. O tempo necessário para a recuperação varia de pessoa para pessoa, sendo normal sentir-se cansado ou fraco durante algum tempo.
Radioterapia
Na radioterapia é administrada radiação localmente para provocar a morte das células cancerígenas e impedir o crescimento do tumor. Quanto mais localmente for administrada, menos efeitos terá em células não cancerígenas.
Os efeitos secundários da radioterapia dependem, essencialmente, da dose e do tipo de radiação, bem como da parte do corpo que vá ser tratada. Se o tratamento for realizado na zona do abdómen pode provocar náuseas, vómitos e diarreia, pode ficar sem pelos e/ou cabelo na zona tratada e a pele pode tornar-se vermelha, seca e sensível. Durante o tratamento é normal sentir-se algum cansaço, sendo importante fazer-se o descanso necessário, mas também mantermo-nos ativos.
Quimioterapia
A quimioterapia consiste na utilização de fármacos citostáticos, ou seja, fármacos que inibem o crescimento celular, para eliminarem as células cancerígenas. Esta terapêutica sistémica pode ser constituída apenas por um fármaco ou por uma associação de fármacos, administrados oralmente, sob a forma de comprimidos, ou através de uma injeção intravenosa. A via de administração mais utilizada é a via intravenosa, devido à agressividade da via oral para o sistema digestivo.
Como exceção, quando o cancro afeta o sistema urinário, a quimioterapia é administrada pela via intravesical. Esta via consiste na introdução de uma sonda na uretra (canal de saída da urina da bexiga para o exterior), pela qual se faz a administração.
Esta terapêutica é feita, normalmente, em ciclos de tratamento, repetidos de acordo com a situação de cada doente. O tratamento pode ser feito durante um ou mais dias, seguido de um período de descanso, que pode ser de vários dias ou mesmo semanas, antes de fazer a próxima sessão de tratamento. O período de descanso tem como objetivo permitir ao organismo a produção de células novas que melhoram o sistema imunitário, reforçando as defesas do organismo.
Os fármacos utilizados na quimioterapia são fármacos agressivos seletivos para as células cancerígenas, contudo esta seletividade não é perfeita. Como tal, acabam por afetar também células não cancerígenas, que produzem alguns efeitos secundários como náuseas e vómitos, alopécia (queda de cabelo), diarreia, obstipação, mucosite (inflamação das mucosas e membranas) e infeções, consequentes da diminuição das defesas do organismo. Alguns fármacos citostáticos podem, ainda, afetar a fertilidade feminina e masculina.
Terapêutica Hormonal
A terapêutica hormonal impede que as células cancerígenas "acessem" as hormonas naturais do nosso organismo, as quais necessitam para se desenvolverem. Tal como a quimioterapia, a terapêutica hormonal também pode afetar as células de todo o organismo, por ter uma ação sistémica.
A terapêutica hormonal pode ser feita através de cirurgia (remoção do órgão produtor, no caso das mulheres, apenas se não estiver na menopausa) ou de medicação (o medicamento bloqueia a hormona natural do organismo, parando a sua produção ou inibindo a sua ação).
Os efeitos secundários da terapêutica hormonal dependem, principalmente, do próprio fármaco ou do tipo de tratamento. Estes efeitos podem incluir aumento de peso, afrontamentos, náuseas e alterações da fertilidade. Nas mulheres, a terapêutica hormonal pode provocar paragem dos períodos menstruais ou torná-los irregulares e pode provocar efeitos semelhantes à menopausa, com afrontamentos e possível corrimento vaginal. Nos homens, a terapêutica hormonal pode causar impotência, perda do desejo sexual e crescimento ou sensibilidade das mamas.
Imunoterapia
A imunoterapia ou terapêutica biológica utiliza a capacidade natural do nosso organismo para combater o cancro, através do seu sistema imunitário. A maioria dos tratamentos são administrados por via endovenosa, para ter uma ação sistémica.
Algumas pessoas desenvolvem uma erupção cutânea no local da injeção, apresentam sintomas gripais ou alguns efeitos secundários mais graves, como alterações da tensão arterial ou problemas respiratórios.
Transplante de Células Estaminais
O transplante de células estaminais, ou seja, ainda imaturas e indiferenciadas, permite que a pessoa com cancro receba doses elevadas de quimioterapia, radiação ou ambas. Estas doses elevadas, destroem tanto as células cancerígenas como as células normais do sangue. Depois do tratamento, o doente recebe células estaminais a partir das quais vão desenvolver-se novas células.
As células estaminais podem ser colhidas do próprio doente, antes do tratamento com as doses elevadas, ou podem provir de outra pessoa.
Os efeitos secundários desta terapêutica incluem infeções e perda de sangue. Adicionalmente, em pessoas que recebam células estaminais de um dador, pode haver uma rejeição destas, a "doença do enxerto versus o hospedeiro" (GVHD). Nesta situação, as células doadas “atacam” os tecidos da pessoa recetora, afetando o fígado, a pele ou o aparelho digestivo. No entanto, existe medicação que pode ajudar a prevenir, tratar ou controlar este processo de rejeição.
Cuidados Paliativos
Os cuidados paliativos são uma resposta aos problemas decorrentes de uma doença prolongada, incurável e progressiva, para prevenir o sofrimento que a doença gera.
São cuidados de saúde rigorosos, que combinam ciência e humanismo com o objetivo de proporcionar a máxima qualidade de vida possível, para estes doentes e as suas famílias.
Visite o site "Associação Portuguesa dos Cuidados Paliativos" - http://www.apcp.com.pt/
Fontes de referência
Livro:
Oncologia Básica 1.ª Edição de Sabas Carlos Vieira et al., Fundação Quixote, 2012.
Websites:
https://www.ligacontracancro.pt/
http://www.oncomais.pt/
http://www.roche.pt/sites-tematicos/infocancro/index.cfm
http://www.apcp.com.pt/
Radioterapia
Na radioterapia é administrada radiação localmente para provocar a morte das células cancerígenas e impedir o crescimento do tumor. Quanto mais localmente for administrada, menos efeitos terá em células não cancerígenas.
Os efeitos secundários da radioterapia dependem, essencialmente, da dose e do tipo de radiação, bem como da parte do corpo que vá ser tratada. Se o tratamento for realizado na zona do abdómen pode provocar náuseas, vómitos e diarreia, pode ficar sem pelos e/ou cabelo na zona tratada e a pele pode tornar-se vermelha, seca e sensível. Durante o tratamento é normal sentir-se algum cansaço, sendo importante fazer-se o descanso necessário, mas também mantermo-nos ativos.
Quimioterapia
A quimioterapia consiste na utilização de fármacos citostáticos, ou seja, fármacos que inibem o crescimento celular, para eliminarem as células cancerígenas. Esta terapêutica sistémica pode ser constituída apenas por um fármaco ou por uma associação de fármacos, administrados oralmente, sob a forma de comprimidos, ou através de uma injeção intravenosa. A via de administração mais utilizada é a via intravenosa, devido à agressividade da via oral para o sistema digestivo.
Como exceção, quando o cancro afeta o sistema urinário, a quimioterapia é administrada pela via intravesical. Esta via consiste na introdução de uma sonda na uretra (canal de saída da urina da bexiga para o exterior), pela qual se faz a administração.
Esta terapêutica é feita, normalmente, em ciclos de tratamento, repetidos de acordo com a situação de cada doente. O tratamento pode ser feito durante um ou mais dias, seguido de um período de descanso, que pode ser de vários dias ou mesmo semanas, antes de fazer a próxima sessão de tratamento. O período de descanso tem como objetivo permitir ao organismo a produção de células novas que melhoram o sistema imunitário, reforçando as defesas do organismo.
Os fármacos utilizados na quimioterapia são fármacos agressivos seletivos para as células cancerígenas, contudo esta seletividade não é perfeita. Como tal, acabam por afetar também células não cancerígenas, que produzem alguns efeitos secundários como náuseas e vómitos, alopécia (queda de cabelo), diarreia, obstipação, mucosite (inflamação das mucosas e membranas) e infeções, consequentes da diminuição das defesas do organismo. Alguns fármacos citostáticos podem, ainda, afetar a fertilidade feminina e masculina.
Terapêutica Hormonal
A terapêutica hormonal impede que as células cancerígenas "acessem" as hormonas naturais do nosso organismo, as quais necessitam para se desenvolverem. Tal como a quimioterapia, a terapêutica hormonal também pode afetar as células de todo o organismo, por ter uma ação sistémica.
A terapêutica hormonal pode ser feita através de cirurgia (remoção do órgão produtor, no caso das mulheres, apenas se não estiver na menopausa) ou de medicação (o medicamento bloqueia a hormona natural do organismo, parando a sua produção ou inibindo a sua ação).
Os efeitos secundários da terapêutica hormonal dependem, principalmente, do próprio fármaco ou do tipo de tratamento. Estes efeitos podem incluir aumento de peso, afrontamentos, náuseas e alterações da fertilidade. Nas mulheres, a terapêutica hormonal pode provocar paragem dos períodos menstruais ou torná-los irregulares e pode provocar efeitos semelhantes à menopausa, com afrontamentos e possível corrimento vaginal. Nos homens, a terapêutica hormonal pode causar impotência, perda do desejo sexual e crescimento ou sensibilidade das mamas.
Imunoterapia
A imunoterapia ou terapêutica biológica utiliza a capacidade natural do nosso organismo para combater o cancro, através do seu sistema imunitário. A maioria dos tratamentos são administrados por via endovenosa, para ter uma ação sistémica.
Algumas pessoas desenvolvem uma erupção cutânea no local da injeção, apresentam sintomas gripais ou alguns efeitos secundários mais graves, como alterações da tensão arterial ou problemas respiratórios.
Transplante de Células Estaminais
O transplante de células estaminais, ou seja, ainda imaturas e indiferenciadas, permite que a pessoa com cancro receba doses elevadas de quimioterapia, radiação ou ambas. Estas doses elevadas, destroem tanto as células cancerígenas como as células normais do sangue. Depois do tratamento, o doente recebe células estaminais a partir das quais vão desenvolver-se novas células.
As células estaminais podem ser colhidas do próprio doente, antes do tratamento com as doses elevadas, ou podem provir de outra pessoa.
Os efeitos secundários desta terapêutica incluem infeções e perda de sangue. Adicionalmente, em pessoas que recebam células estaminais de um dador, pode haver uma rejeição destas, a "doença do enxerto versus o hospedeiro" (GVHD). Nesta situação, as células doadas “atacam” os tecidos da pessoa recetora, afetando o fígado, a pele ou o aparelho digestivo. No entanto, existe medicação que pode ajudar a prevenir, tratar ou controlar este processo de rejeição.
Cuidados Paliativos
Os cuidados paliativos são uma resposta aos problemas decorrentes de uma doença prolongada, incurável e progressiva, para prevenir o sofrimento que a doença gera.
São cuidados de saúde rigorosos, que combinam ciência e humanismo com o objetivo de proporcionar a máxima qualidade de vida possível, para estes doentes e as suas famílias.
Visite o site "Associação Portuguesa dos Cuidados Paliativos" - http://www.apcp.com.pt/
Fontes de referência
Livro:
Oncologia Básica 1.ª Edição de Sabas Carlos Vieira et al., Fundação Quixote, 2012.
Websites:
https://www.ligacontracancro.pt/
http://www.oncomais.pt/
http://www.roche.pt/sites-tematicos/infocancro/index.cfm
http://www.apcp.com.pt/
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